terça-feira, novembro 29, 2005

Espreito no fim
De um dia cansado
À mesa do cafe de sempre
O fumo, o calor e o mesmo quadro
Na parede já azul poente.
Alguem me sorri
Do balcao corrido
Alguem que me faz sentir
Que ha lugares que sao pequenos abrigos
Para onde podemos sempre fugir...

Da tarde tao fria ha gente que chega
E toma um cafe apressado
E ha os que entram com olhar perdido
Ha procura do futuro ou o avesso do passado
O tempo endurece qualquer armadura
E as vezes custa arrancar
Muralhas erguidas a volta do peito
Que nao deixam partir, nem deixam chegar...

O escuro la fora incendeia as estrelas
As janelas e os olhares nas ruas
Ca dentro o calor conforta os sentidos
Num pequeno reflexo da lua
Enquanto espero percorro os sinais
Do que fomos e que ainda resiste
As marcas deixadas na alma e na pele
Do que foi feliz e do que foi triste

Sabe bem voltar-te a ver
Sabe bem quando estas ao meu lado
Quando o tempo me esvazia
Sabe bem o teu braço fechado (BIS)

E tudo o que me dás quando és
Guarida junto a tempestade
Nos rumos para caminhar
No lado quente da Saudade (BIS)

Mafalda Veiga


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