sábado, abril 16, 2005

Alma de pássaro IV

" A memória é isso: só nos lembramos do que foi bom.
Esquece-se a dor, a tristeza, a perda, o sofrimento.
Esquece-se quase tudo... "
p. 56
"O esquecimento é a arma mais letal do amor, quem nos esquece é como que se esquecesse de tudo o que fomos. Ou pior: que existimos. Quem ama e consegue esquecer é uma espécie de assassino: mata a realidade, apaga-a, renega-a e transforma-a num pesadelo absurdo no qual somos obrigados a aprender outra vez a viver."
p. 63
" A memória é o nosso melhor património."
p. 89


Não posso deixar de dizer que concordo perfeitamente com esta última frase... e acho que tenho a graça de ter um património enorme... posso não ter muito dinheiro, não ter carro, não ter casa própria, mas tenho uma memória que me leva a muitos sítios, a muitos momentos, a muitos anos atrás, a lembrar muitas pessoas, animais, momentos...
é como se trouxessemos uma câmara de filmar e de fotografia atrás de nós, por cima de nós, dentro de nós, que regista todos os momentos,etc... mas por vezes fico a pensar como a nossa memória não é apenas "focal", quero dizer c isto que não memorizamos só aquilo que os nossos olhos vêm no momento, por exemplo quando nos lembramos de um momento, vemos mesmo tipo uma foto, um quadro completo desse momento... ´conseguimos ver não só o que viamos, mas mais até aquilo que nos rodeava e que não estavamos a ver naquele momento... é como se vissemos a cena de fora, de cima, não sei... no outro dia dei por mim a pensar mesmo nisto... porque será? alguém me sabe dar uma resposta?
deve ter a ver com a memória não? e com aquilo que vamos acumulando do que vamos ver... não sei... mas deve haver alguma explicação, ou alguma expressão para chamar aquilo que falo... se alguém souber...
outra coisa , acho que tenho uma memória fantástica (posso não ter um sorriso fantástico, lol, mas tenho uma memória fantástica... lol) ... lembro-me de pessoas, nomes, caras, que penso que não é normal... pelo menos com as pessoas que conheço... e fico extremamente dessasosegada se vejo alguma "cara conhecida" que desconheço... pois não sossego sem chegar à conclusão de onde a conheço... e por vezes, são pessoas conhecidas de há muito, outras são apenas rostos conhecidos das minhas andanças nos autocarros, das noites, das ruas, dos comboios, etc...
e quando conheço pessoas, que me são apresentadas e passado um tempo as vejo e lhes digo olá ou ponho conversa... não me conhecem... fico fula...
então há um amigo da minha prima cátia que sempre que me vê fica a olhar para mim com "cara de boi a olhar para um palácio". tipo, de tantas vezes que isto acontece, já me devia conhecer pelo menos das vezes em que não me reconhece! irrita-me profundamente! a sério...
mas esse é um caso a parte...
mas falando ainda da memória... não só de sítios mas de cenas pré-históricas mesmo... lembro-me por exemplo de cenas que aconteceram quando tinha tres anos... isto que consiga temporalizar, pq remonta ao tempo em que nasceu o meu irmao e sei q tnh 3 anos, mas secalhar ate me lembro de cenas dantes disso, nao sei...
mas tenho memorias fantasticas... e se um dia fico c amenésia... acho que muito se perderá...
daí durante uns tempos escrever diários... já ia em tres, mas cada vez mais tenho menos tempo... não que fosse preciso muito tempo para, mas é moda "não ter tempo"...
mas ás vezes preocupo-me mesmo, a sério, se um dia tiver amenésia ou mm qd for mais velhinha tiver alzeihmer... se souberem que tenho não me digam... à tempos li um livro em que duas pessoas que se gostavam ficaram juntos até velhinhos e ela fiocu com alzheimer e então todos os dias ele lhe contava a história da vida deles. ela achava linda... e nem sequer se lembrava que era a historia da vida dela... por vezes tinha flashes e reconhecia a histria como sendo a dela, mas nem sempre... imaginem o que seria ... e a alegria que era para ele sempre que ela lhe chamava pelo nome dele e não como se fosse um estranho qq. isso foi o que mais me enterneceu no livro... o sofrimento que não deveria ser, mas que a alegria sentida nos breves flashes compensavam...
gosto de ter a memória que tenho, embora hajam momentos que preferia não tê-la, ou mesmo como diz na primeira frase, esquecer até os momentos mais felizes e relembrar os mais sofridos para não voltar a lembrar...
bem, já vai longo o comentário....

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